Foto: Google Imagens
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado nesta
quinta-feira (03), representantes de associações de editores do Brasil,
Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Peru vão divulgar um documento
para chamar a atenção quanto ao número de jornalistas assassinados na
América Latina no ano passado, e a necessidade de lutar contra a
impunidade que rondam os casos.
O texto assinalou que os 29 assassinatos de pessoas ligadas à imprensa na América Latina em 2011 representam um terço do total mundial. "Há realidades na América Latina nas quais a atividade jornalística é sinônimo de perigo para a vida dos que a exercem", diz a carta, batizada de Declaração de Santiago.
Escrita na última sexta-feira (27), a declaração reafirma "a importância da liberdade de imprensa para o debate público, a formação de valores democráticos e a fiscalização das autoridades por parte dos cidadãos".
Sem citar exemplos, o documento ainda aponta que alguns governos da
América Latina de origem democrática, "mas de práticas autoritárias",
buscam instaurar uma cultura de intolerância em relação à imprensa. A
carta também assinala que "preocupa o assédio judicial e administrativo
como ferramenta para limitar a livre circulação de ideias".
No Brasil, entre agosto de 2010 e julho de 2011, a ANJ contabilizou cinco assassinatos contra profissionais da imprensa, entre os quais se destacam os crimes contra potiguares. Este é o caso do radialista mossoroense Francisco Gomes de Medeiros, conhecido como F. Gomes, de 48 anos, que trabalhava para a rádio Caicó e era repórter freelancer do jornal “Tribuna do Norte”, morto em 18 de outubro de 201, e do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Serra do Mel (RN), Edinaldo Filgueira, que havia fundado um jornal no município e mantinha um blog, morto em 15 de junho de 2011.
Desde o início de 2012, porém, esse índice só cresceu. Neste ano quatro jornalistas foram mortos. O caso mais recente foi o de Décio Sá, de 42 anos, autor de um blog de denúncias de corrupção assassinado no dia 23 de abril em um bar de São Luiz do Maranhão. Em outros países latinoamericanos há casos semelhantes. Na Colômbia, as Farc assumiram na última terça-feira (01º) a autoria do sequestro de um jornalista francês.
Esse quadro incentivaria agressões contra meios de comunicação e jornalistas e geraria uma grave deterioração do direito dos cidadãos de informar e de ser informados. "A isso se acrescenta o uso da publicidade oficial como mecanismo de prêmio ou castigo, como a criação de um sistema de mídia oficial e para oficial para deslegitimar a crítica", diz o documento.
A data
O dia foi escolhido por ser a data do aniversário da Declaração de Windhoek, aprovada durante um seminário organizado pela UNESCO sobre a "Promoção da Independência e do Pluralismo da Imprensa Africana", que se realizou em Windhoek capital da Namíbia.
*Com informações do Jornal A Cidade e do TN Online
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