Marksuel
Figueredo Da Redação de Natal
Os números assustam: são registrados mais de 200 mil trotes por mês para a Polícia Militar do Rio Grande do Norte, só em Natal e região metropolitana. As ligações partem principalmente de aparelhos celulares (72,81%) e o restante de telefones fixos (27,19%). Os dados são referentes a um mapeamento levantado pela Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social e correspondem ao ano de 2011. Só em março do ano passado a PM chegou a receber 238.498 ligações registradas como trotes. O mês com menor índice foi novembro, e mesmo assim fechou com 202.124 trotes.
Os números assustam: são registrados mais de 200 mil trotes por mês para a Polícia Militar do Rio Grande do Norte, só em Natal e região metropolitana. As ligações partem principalmente de aparelhos celulares (72,81%) e o restante de telefones fixos (27,19%). Os dados são referentes a um mapeamento levantado pela Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social e correspondem ao ano de 2011. Só em março do ano passado a PM chegou a receber 238.498 ligações registradas como trotes. O mês com menor índice foi novembro, e mesmo assim fechou com 202.124 trotes.
Ainda, segundo o estudo, a maioria dos trotes parte de crianças. Eles sofrem picos de variação justamente nos horários que coincidem com a entrada e saída de crianças e adolescentes nas escolas. "Geralmente, no começo da manhã, temos um aumento nesse tipo de ligações. Ao meio-dia elas tendem a aumentar e no final da tarde também. Ou seja, é o horário em que muitas crianças estão saindo da escola e acabam tendo esse tipo de atitude", explica o comandante do Comando do Policiamento Metropolitano, coronel Alarico Azevedo.
Em média, a Polícia Militar do Rio Grande do Norte recebe 9 mil ligações diárias, e boa parte delas são trotes. A situação preocupa o comandante. "É um número muito grande de trotes e isso acaba dificultando e atrapalhando o trabalho da PM. Muitas vezes, a sociedade que precisa de verdade do nosso trabalho acaba se prejudicando por causa desse tipo de atitude", destaca.
E é justamente pensando em minimizar esses prejuízos que um grupo de PMs, composto por nove mulheres e um homem, está nas escolas públicas de Natal e em eventos beneficentes esclarecendo os malefícios do trote para a sociedade. O trabalho de conscientização e feito pelo Teatro Absolutas da PM comandado pela sargento Célia. "A gente se fantasia de personagens infantis e usa uma linguagem adaptada para o nosso público alvo", diz a sargento.
O grupo foi formado há anos, mas foi institucionalizado em Boletim Geral apenas em 2011, através da portaria 122/2011. A mensagem passada pelo grupo lembra que trote é crime e prejudica a sociedade, inclusive a própria pessoa que tem esse tipo de atitude.
Na peça, a sargento Célia vive o papel de Chapeuzinho Vermelho, e é justamente ela que passa o trote para a polícia, enquanto as outras crianças discordam. No mesmo momento, a avó de chapeuzinho tenta entrar em contato com o 190 para denunciar um assalto, mas as linhas telefônicas estão ocupadas. "É em cima disso que trabalhamos para mostrar o quanto um trote pode prejudicar a sociedade, inclusive a própria pessoa que faz esse tipo de brincadeira", diz a sargento Márcia.
O trabalho do grupo é voluntário e qualquer instituição pode requerer. O grupo trabalha também com outros temas como violência contra a mulher, desrespeito à cidadania do idoso e diagnóstico precoce do câncer infantil.
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