Uma queda de 73% na taxa de mortalidade infantil do Brasil em
apenas duas décadas foi um dos destaques de um relatório da Unicef
divulgado. Segundo o estudo, a taxa brasileira caiu de 58 para 16 por
mil nascidos vivos entre 1990 e 2011. Em 2000, o índice era de 36 por
mil nascidos vivos - o que faz com que a queda tenha sido de 56% desde
então.
Ainda com essa redução drástica, 40 mil crianças morreram antes de
completar cinco anos no Brasil no ano passado (contra 205 mil em 1990).
"No Brasil, programas comunitários e estratégias de saúde para a
família foram implementados desde a década de 1990 para oferecer
cuidados de saúde primários (à população)", explica o relatório. "Isso
ajudou a expandir o acesso aos serviços de saúde, reduzir as
desigualdades na cobertura e cortar as taxas de mortalidade infantil."
Segundo a Unicef, outros fatores que ajudaram a reduzir as mortes de
crianças no Brasil incluem "melhorias nos serviços de saneamento básico,
nos níveis educacionais das mães e nos índices de aleitamento materno e
vacinação, além do crescimento na renda das famílias".
A queda no Brasil foi acompanhada de uma redução menos acentuada nos
índices globais no mesmo período. Em 2011, 6,9 milhões de crianças
morreram antes de completar cinco anos - um total de 19 mil por dia. Em
1990, foram 12 milhões de mortes.
Para a Unicef, esse declínio geral se deve às melhorias das condições
de vida em regiões carentes e às campanhas de vacinação e de
conscientização sobre a importância do aleitamento materno.
Segundo a agência da ONU, nos países pobres, as maiores quedas
ocorreram em lugares que receberam ajuda externa, como a República
Democrática Popular do Laos, o Timor Leste e a Libéria.
Mas em alguns países a situação piorou desde 1990, entre eles
República Democrática do Congo, Chade, Somália, Mali, Camarões e Burkina
Faso.
Em 2011, metade das mortes infantis ocorreram em apenas cinco países:
Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão e China. E
quase todas as 500 mil mortes por malária ocorreram na África
Subsariana.
De acordo com a Unicef, os conflitos armados estão entre os
principais fatores de risco para o problema da mortalidade infantil. No
total, oito dos dez países com as maiores taxas têm algum tipo de
conflito ou instabilidade.
As cinco principais causas de mortes entre crianças menores de cinco
anos no planeta são pneumonia (18%), complicações neonatais (14%)
diarreia (11%); complicações durante o parto (9%) e malária (7% ).
Cerca de 40% das mortes ocorrem durante os primeiros 28 dias de vida
da criança, estando a desnutrição ligada a mais de um terço desses
óbitos.
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