Especialista explicam que aparelhos contam com proteção especial, mas precisam de ventilação. Acidentes com celulares e outros eletrônicos podem causar ferimentos e até incêndios. Foto:Divulgação
Eletrônicos podem pegar fogo. Normalmente, eles não deveriam ter essa
propriedade, mas smartphones (sejam iPhones ou Androids), tablets,
computadores de mesa, notebooks e outros aparelhos podem causar
acidentes graves, como incêndios e queimaduras a seus donos.
As altas temperaturas também contribuem para situações de risco. O
contato entre o calor dos chips e componentes metálicos pode gerar
faíscas e fazer o celular pegar fogo, de acordo com especialistas.
Engenheiro eletricista com mestrado em Engenharia da Computação,
Julio Villarreal explica que essas situações são raras, já que os
aparelhos contam com várias proteções. Entretanto, o mau uso ou defeitos
de fabricação podem causar prejuízo para os donos e até gerar
acidentes.
“Pequenos defeitos, mau uso e o fim da vida útil do aparelho podem
causar superaquecimento ou até explosões. A boa notícia é que bons
equipamentos são normalmente projetados com uma série de proteções
contra esse tipo de situação”.
Apesar de estarem envolvidos em uma quantidade menor de casos, também
é necessário tomar cuidado para o aquecimento de computadores de mesa e
notebooks. A ventilação correta desses equipamentos prolonga sua vida
útil – e evita que eles iniciem incêndios.
Em alguns casos, os móveis não são projetados para permitir que o ar circule corretamente, gerando superaquecimento dos PCs.
No caso dos notebooks, o calor excessivo pode ser a razão para
desligamentos repentinos. Além disso, o uso do aparelho no colo pode
provocar manchas e até câncer de pele. Isso acontece por conta da
temperatura do aparelho, que pode passar dos 100ºC no colo de uma pessoa
– saiba mais sobre os problemas de saúde que podem surgir do uso
excessivo de notebooks no colo.
Villarreal comenta que a refrigeração é um dos fatores mais negligenciados pelos usuários desse tipo de tecnologia.
“Para a maioria dos computadores, refrigeração propriamente dita não é
indispensável, mas o computador precisa ficar em um ambiente bem
ventilado. Para computadores muito potentes (e que consomem muita
energia elétrica) será necessário investir em um sistema externo de
refrigeração. Para notebooks, evitar colocar o mesmo em superfícies que
favoreçam o aquecimento, como em cima da cama ou trabalhar com o
computador no colo. O ideal é sempre uma mesa. Existem até alguns
suportes de notebook com sistema de refrigeração na base”.
Baterias e calor: combinação explosiva
Apesar de contarem com uma série de dispositivos de segurança, as
baterias também podem causar acidentes, como explosões e derretimento.
Isso acontece por conta de uma das propriedades da eletricidade:
dissipar-se na forma de calor. Qualquer aparelho que use energia
elétrica tem esse efeito colateral, seja um iPhone, tablet, notebook ou
outro tipo de dispositivo.
O professor do Instituto de Química da USP Henrique Eisi Toma explica
que as baterias podem ser responsabilizadas em alguns casos na explosão
de smartphones, notebooks e tablets.
“O problema dessas coisas [explosões] são as baterias. Baterias de
lítio geralmente são seguras, mas logicamente precisam de proteção
contra umidade e propagação de gases”.
O calor em excesso, uso de carregadores não compatíveis com
voltagem/aparelho ou a tentativa de carregamento de uma bateria que não é
recarregável são situações que podem criar condições para uma reação
química não prevista, comenta o professor de física do Instituto de
Física da Unicamp Newton Cesário Frateschi.
“Em geral, qualquer bateria pode explodir. Mas é sempre preciso muito
cuidado com as tomadas. Vem uma tensão [elétrica] da parede, dividida
na tomada pela chamada “fase” e pelo “neutro”. A “fase” oscila entre os
100V positivos e 110V negativos o tempo todo. O carregador estabiliza
essa tensão que vem da rede. Com um carregador ruim, a bateria recarrega
muito rápido, recebendo alta carga em pouco tempo”.
Carregando a noite inteira
O hábito de deixar o celular carregando durante a noite é bastante
comum para os donos de smartphones e tablets, por conta do consumo
intenso de bateria que esse tipo de aparelho faz durante o dia.
Villarreal, que também é sócio da TLD Consultor em informática, explica
que essa situação é prevista pelos fabricantes.
“Quando um bom fabricante desenvolve o produto, já prevê este tipo de
situação. A maioria dos carregadores tem um mecanismo interno que faz
carga rápida enquanto a bateria está abaixo de 90%, a carga lenta depois
dos 90% e somente mantém a carga quando a mesma chega a 100%. Isso faz
com que ele diminua progressivamente a corrente elétrica usada, gerando
menos aquecimento e risco de derreter algum componente”.
Se por um lado a situação não deve fazer nenhum dono de iPhone
“perder o sono”, o especialista comenta que carregamento noturno está
longe do ideal.
“De qualquer maneira, carregar somente o necessário e retirar da
tomada no primeiro momento possível depois do carregamento ajuda a
aumentar a vida útil do aparelho e reduzir riscos com curtos-circuitos
ou defeitos que possam aparecer”.
Fonte: R7
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