segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Não ao golpismo na Venezuela



  Por Altamiro Borges, no Blog do Miro

Ventos golpistas voltaram a soprar forte na Venezuela ao longo desta semana. Manifestações radicais pela destituição imediata do presidente Nicolás Maduro, estimuladas pelos EUA, resultaram em três pessoas mortas, 66 feridas e 69 presas na última quarta-feira, 12. 
 
Os atos foram convocados por uma ala da oposição neoliberal, liderada por Leopoldo López, que teve a prisão decretada pela Justiça.

Por suas características, a iniciativa golpista vem sendo comparada aos acontecimentos de 2002 contra o ex-presidente Hugo Chávez, que chegou a ser sequestrado e deposto no dia 11 de abril, mas retornou ao poder 48 horas depois pelas mãos do povo e das Forças Armadas. Os acontecimentos refletem o desespero da direita, que recentemente amargou nova derrota eleitoral e aproveita os dramas econômicos e sociais do país (inflação e violência) para espalhar o caos e desestabilizar o governo bolivariano.

A estratégia não é nova. Até agora não obteve sucesso na Venezuela, na Bolívia ou no Equador, onde foi testada, mas provocou queda de presidentes e mudanças reacionárias em Honduras e no Paraguai. O pano de fundo desses movimentos protagonizados pela direita neoliberal e pelo imperialismo, que nunca deixou de se intrometer na política interna dos países latino-americanos e caribenhos, é a progressiva mudança do cenário geopolítico da região, que se afasta dos EUA e busca um caminho próprio de desenvolvimento soberano, democrático e pacífico. Não é demais lembrar o protagonismo de Hugo Chávez na luta pela integração.

A última reunião de cúpula da Celac, celebrada recentemente em Havana, deu mais um passo nesta direção e foi também mais uma prova da determinação e do compromisso dos governantes da comunidade de trilhar um novo caminho. A instituição, que reúne 33 países (incluindo Cuba e excluindo EUA e Canadá) definiu a América Latina e o Caribe como uma “zona de paz, desnuclearizada” e aposta seu futuro numa parceria estratégica com a China.

É contra essas mudanças que as forças conservadoras, alinhadas com Washington, voltam suas baterias golpistas. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) alerta a classe trabalhadora e as forças progressistas para os riscos de retrocesso antidemocrático na Venezuela e em toda Nossa América, ao mesmo tempo em que reitera seu total repúdio aos golpistas e sua ativa solidariedade e apoio à revolução bolivariana em curso na Venezuela, à integração soberana e democrática dos povos latino-americanos e caribenhos, à democracia e ao socialismo.

* Adílson Araújo é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

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