Situações de preconceito foram lembradas durante discussão para reserva de 20% das vagas em concursos públicos federais para negros
Escrito por: Agência Brasil
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e João Capiberibe (PSB-AP) lamentaram
nesta segunda-feira (17) o episódio de racismo envolvendo a australiana
Louise Stefany Garcia, de 30 anos, presa em Brasília, na última
sexta-feira (14), depois de insultar e se recusar a fazer as unhas com
uma manicure negra.
“Deve haver um endurecimento no Código Penal para não permitir o
relaxamento de prisão preventiva em caso de flagrante em delitos
raciais”, disse Capiberibe, ressaltando que só uma mobilização social e
política pode impedir que se repitam situações como essa.
Paim lembrou que, também na semana passada, o jogador Tinga, do
Cruzeiro, foi alvo de ataques racistas da torcida do time peruano Real
Garcilaso, durante partida da Copa Libertadores. As situações de
preconceito foram lembradas durante audiência pública da Comissão de
Direitos Humanos do Senado para discutir a proposta de reserva de 20%
das vagas em concursos públicos federais para negros.
A proposta (PL 6.738/13), enviada pelo Executivo ao Congresso, tramita
em regime de urgência constitucional e já foi aprovada por três
comissões na Câmara dos Deputados. Mas como ainda não foi totalmente
analisada nos 45 dias exigidos nesses casos, o texto engrossa a fila de
matérias urgentes com pendência de apreciação no plenário na Casa.
Até que todas essas matérias sejam votadas, por ordem de chegada, a
pauta no plenário da Câmara fica trancada. O das cotas é o mais recente
dentre as urgências que tem como o maior desafio no momento a votação do
Marco Civil da Internet.
Se for aprovada na Câmara, a matéria ainda precisará ser apreciada no
Senado, onde Paulo Paim espera que a votação seja rápida. “Hoje à tarde,
vamos fazer uma visita ao presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) para
pedir que ele dê uma ligada ao presidente da Câmara [Henrique Alves
(PMDB-RN)] para dar agilidade à votação da proposta na Casa”. Ainda
segundo Paim, quando chegar ao Senado, o mérito da proposta deve ser
debatido em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ).
Entidades que defendem a proposta, como a organização não governamental
(ONG) Educafro, também fizeram um apelo para que o presidente da Câmara
convença os líderes a votar logo a proposta.
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