Relatório bienal da organização, apresentado em Pequim, diz que apenas os cubanos cumprem os critérios minímos de sustcom o relatório, elaborado pela WWF a cada dois anos e que foi apresentado pela primeira vez na capital chinesa, se as coisas continuarem como estão, por volta de 2050 a humanidade precisaria consumir os recursos naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra.
Sustentabilidade
Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável,
segundo o relatório bienal apresentado hoje pela organização WWF em
Pequim, e que afirma que o ecossistema "está se degradando a um ritmo
sem precedentes na história".
De acordo
A WWF
elaborou em seu relatório um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o
índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e o "rastro
ecológico", que indica a energia e recursos por pessoa consumidos em
cada país.
Surpreendentemente, apenas Cuba tem nos dois casos
níveis suficientes que permitem que o país seja considerado que "cumpre
os critérios mínimos" para a sustentabilidade.
"Cuba
alcança um bom nível de desenvolvimento, segundo a ONU, graças a seu
alto nível de alfabetização e expectativa de vida bastante alta,
enquanto seu 'rastro ecológico' não é grande, por ser um país com baixo
consumo de energia", acrescentou Loh, que apresentou o estudo em Pequim.
De
fato, a região latino-americana em geral parece ser a que está mais
perto da sustentabilidade, já que outros países como Brasil ou México
estão perto dos mínimos necessários, frente à situação de regiões como
África -- com baixo consumo energético, mas muito subdesenvolvida -- e
Europa, onde ocorre o inverso.
"Não sei exatamente a que se deve
este fato (a boa situação da América Latina), mas é possível perceber
que é ali onde as pessoas parecem mais felizes, e talvez se deva ao
maior equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente", disse o autor
do estudo.
Apesar das boas vibrações transmitidas pelo bloco
latino, a situação global mostrada pelo relatório da WWF é desanimadora.
Por exemplo, o número de espécies de animais vertebrados caiu 30% nos
últimos 33 anos.
O rastro deixado pelo homem é tamanho que "são
consumidos recursos em tempo muito rápido, que impede a Terra de
recuperá-los", disse o diretor-geral da WWF, James Leape, que também
participou da apresentação do relatório em Pequim.
O "rastro
ecológico" do homem, seu consumo de recursos, triplicou segundo a WWF
entre 1961 e 2003, por isso o ser humano já pressiona o planeta 25% a
mais do que o processo regenerativo natural da Terra pode suportar.
Além
disso, há uma piora da situação, apesar de esforços como o Protocolo de
Kioto. No relatório da WWF anterior, publicado em 2004, o impacto do
homem ultrapassava em 21% a capacidade de regeneração do planeta.
O
novo relatório da organização coloca na "lista negra" de países com
alto consumo per capita de energia e recursos os Emirados Árabes Unidos,
EUA, Finlândia, Canadá, Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova
Zelândia e Noruega.
O fato de o relatório ter sido apresentado na
China mostra a importância que a WWF dá ao futuro da economia asiática,
pois a forma como escolher se desenvolver "é fundamental para que o
mundo avance rumo ao desenvolvimento sustentável".
Apesar de
China ser o segundo maior emissor mundial de gases poluentes, devido à
grande população seu "rastro ecológico" per capita é muito baixo em
comparação aos países mais desenvolvidos, o que ocorre também no caso da
Índia.
O especialista Jiang Yi, da universidade pequinesa de
Tsinghua, disse no ato realizado em Pequim que uma das chaves para
melhorar o consumo de recursos e energia na China é "desenvolver um
sistema rural de equilíbrio energético" e investigar alternativas de
calefação e ar condicionado para as casas chinesas.
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