Para explicar o assunto, é
interessante analisarmos alguns pontos fundamentais para a discussão.
Primeiramente, é importante que a utopia do anonimato na internet já tenha sido
superada e deixado de ser real a muito tempo.
E, infelizmente, a privacidade foi embora com ela. Ela agora é
diferencial de mercado em diversos discursos publicitários de empresas
americanas: “Compre o nosso produto. Somos totalmente seguros e livres de
interceptações”. É assim que vem sendo tratada a privacidade lá fora. Outro
ponto que deve ser analisado são as leis americanas, país onde está armazenado
grande parte dos dados dos usuários na internet. A mais importante nesse sentido é a FISA. Ela
foi aprovada em 1978 e vigora até hoje, aliás, com muito mais força. A lei nada mais é que um regulamento que
estabelece todos as diretrizes para a vigilância, seja ela física ou
eletrônica. Além disso, ela permite às autoridades americanas coleta de
informações de cidadãos americanos e residentes permanentes suspeitas de
envolvimento em espionagem no país.
O argumento da segurança nacional
é o que move tudo isso, mas as coisas não são bem assim. A Petrobras e o
celular da presidente Dilma Rousseff são exemplos disso. Com esses alvos, o
discurso do “espionar para garantir a segurança do país” cai por terra. Trocando em miúdos, se nem a segurança da
informação do governo federal está seguro, imagina as fotos e conversas do seu
celular, amigo.
Não dá pra retratar aqui toda a
complexidade do que realmente está havendo com a nossa privacidade na rede.
Longe de qualquer teoria da conspiração, documentos e depoimentos comprovam
tudo que acontece atualmente. Recomendo os livros: Sem lugar para se esconder.
Glenn Greenwald e Cypherpunks: "liberdade e o futuro da internet" -
Julian Assange.
Escrevo esse texto como forma de
alerta para que você não acredite na aparente vida privada do inbox ou mesmo do
chat via Whatsapp. A coisa é muito mais ampla (e perigosa) que isso. Mas não se
desespere. Tem um montão de gente comprometida com essa liberdade na rede e
estão trabalhando focados em ferramentas que favoreçam a privacidade e a
democracia na internet. No meu próximo
texto no #Update, falarei como esse
movimento vem trabalhando e quais os resultados obtidos até agora. E mais:
Quais dessas ferramentas podemos usar para termos uma privacidade de fato na
internet.
Até mais, pessoal.
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