O ex-diretor da Petrobras,
Paulo Roberto Costa. Paulinho, como é chamado na intimidade, vinha
dizendo que não haveria eleições em 2014 se ele contasse tudo o que
sabe. A promessa foi cumprida.
Em delação premiada o
ex-diretor da estatal do petróleo relatou aos policiais a formação de um
cartel de partidos políticos que atuavam para desviar recursos da
Petrobras por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou:
“Todo dia tinha político batendo na minha porta”. Num dos depoimentos,
ele citou uma conta de um “operador do PMDB” em um banco europeu.
Entre
os políticos citados na delação estão o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
Inconcebível que os presidentes do Senado e da Câmara, pertencentes ao
partido do vice-presidente da República, Michel Temer, que por sua vez é
presidente do PMDB, maior partido do Brasil, mantenha uma conta com
dinheiro sujo num banco for do Brasil. Ou será que Michel Temer não
sabia disso?
Transportando o escândalo para o Rio Grande do Norte,
pode-se dizer que o ex-presidente da Petrobras jogou óleo queimado na
candidatura de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte. Ou
melhor dizendo, melou literalmente a candidatura de Henrique Alves ao
governo do Rio Grande do Norte.
Para quem vinha criticando o seu
principal oponente no pleito, Robinson Faria (PSD) por “baixar o nível
da campanha”, plagiando o jornalista Josias de Souza, ao falar sobre o
delator que revelou à Justiça segredos que estavam armazenados abaixo da
camada pré-moral da maior estatal brasileira, pode-se dizer que
Henrique Alves ao ter o seu nome citado entre os participantes deste
esquema, não só baixou o nível de sua campanha como também ele próprio
jogou lama no seu ventilador.
Não há justificativa ou nota que
possa tentar desqualificar agora o delator, até porque se um preso
decide delatar para diminuir a sua pena é porque não vai mentir. Cabe
agora o Supremo aceitar os termos da delação. Mas a verdade é que
faltando 30 dias para o pleito e mesmo Henrique Alves liderando as
pesquisas, o óleo derramado pode queimar as suas pretensões de chegar ao
governo do Rio Grande do Norte tão sofrido de escândalos nestes últimos
40 anos. A conferir!
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