sexta-feira, 2 de maio de 2014

Força Sindical fez do 1º de Maio palco para os patrões, critica presidente da CUT


Ministro do Trabalho também classificou declaração de deputado Paulo Pereira sobre Dilma como ato desesperad

Vagner (ao centro, durante coletiva) afirmou que, comparadas as trajetórias, Paulinho está mais próximo da Papuda do que Dilma  (Foto: Roberto Parizotti)
Durante a celebração do 1º de Maio em São Paulo, os presidentes da CUT, da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) responderam ao deputado federal e presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (SSD-SP), que recomendou cadeia à presidenta Dilma Rousseff.

A declaração do parlamentar ocorreu na festa da Força e foi uma resposta ao anúncio de Dilma de correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda e a manutenção da política de valorização do salário mínimo.

No momento da intervenção, Paulinho estava sobre o palco ao lado do pré-candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, que defendeu a flexibilização dos direitos trabalhistas e recebeu críticas até mesmo de lideranças da Força.

Após ressaltar o respeito aos trabalhadores e dirigentes da Força Sindical, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que aqueles sem compromisso com a classe trabalhadora não tinham motivos para gostar do pronunciamento da presidenta.

“Ela atendeu duas reivindicações dos trabalhadores que injetarão mais recursos no país e alavancarão o desenvolvimento.”

Vagner voltou a ressaltar, como fez pela manhã, que CUT, CSB e CTB – além da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que participará do ato político – tentaram construir um 1º de Maio unificado, barrado pela Força.

“Nós não tivemos condições de construir esta data unificada porque uma das centrais sindicais importantes que temos, lamentavelmente, resolveu fazer uma celebração com palanque eleitoral para candidatos do patrão, vinculados ao empresariado e apoiados por partidos dos empresários. Esperamos que isso tenha acontecido somente porque é ano eleitoral e que no próximo ano façamos um 1º de maio unificado”, ironizou.

O dirigente confirmou, ainda, que os presidentes das centrais entraram em contato com Dilma para parabeniza-la pelo pronunciamento. Ele afirmou ainda que a presidenta confirmou presença na plenária nacional da CUT, marcada para 28 de julho.

De acordo com o presidente da Central, o próximo passo das organizações sindicais é pressionar o Congresso para que votem a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário e o fim do fator previdenciário, outros dois pontos prioritários para a classe trabalhadora.

Em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), no último dia 29, ficou definido que uma audiência na Comissão Geral do Trabalho da Casa irá discutir os projetos de interessa dos trabalhadores parados na Casa.

Oposição desesperada – Ao chegar no 1º de maio unificado no Anhangabaú, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, classificou a atitude de Paulinho da Força como desesperada. Ele lembrou também os 20 milhões de postos formais de trabalho criados nos governos Lula e Dilma, entre 2003 e 2014 e, ainda, ressaltou que entre janeiro de 2011 e março de 2014, foram gerados 4,8 milhões de postos de trabalhado. O governo, segundo ele, alcançará em breve a marca dos 5 milhões. “As centrais não são partidos, elas são plurais e podem divergir só que exageraram. Isso demonstra um pouco o desespero”, afirmou.

Segundo o ministro, as críticas feitas à presidenta não tem relação com a realidade. “Falaram tudo ao contrário da realidade porque o Brasil vive em pleno emprego e é bom lembrar antes de tudo isso de que o mundo está em crise, desemprega 70 milhões de trabalhadores e até 2016 deve desempregar outros 450 milhões”.

Interesse eleitoral – Para o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil, Adilson Araújo, a intervenção de Paulinho tem viés eleitoreiro.

“Ele tem interesse em desgastar um projeto democrático e eleitoral. O respeito é o melhor remédio para construir o diálogo”, disse.

Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antônio Neto, ressaltou que a prática do deputado é um artifício bastante utilizado por ele para chamar atenção.

“O intuito foi montar factoide como sempre faz. Mas dessa vez passou da conta ao ofender a maior autoridade do país. Temos que construir a luta no terreno das ideias”, alertou. 
 

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