Fonte: site Carta Potiguar |
Vilma
está vendo seu nome ser abjudicado pela terceira vez. Em 2010, foi a
única oriunda de mandato de governadora que não conseguiu se eleger ao
senado em todo o Brasil, travessia corriqueira e vista como natural para
qualquer político detentor da cadeira do governo do estado,
principalmente quando o pleito possibilitava duas vagas – diferente de
agora, que só tem uma vaga, e o pário é duro, pois terá de enfrentar a
candidata de Dilma e Lula, dos IFRN’s, da educação…
Vilma não só não se elegeu, como viu seu filho também não se eleger deputado estadual. Quase perdeu o poder sobre seu partido, o PSB, para o grupo de Larissa Rosado.
Vilma não só não se elegeu, como viu seu filho também não se eleger deputado estadual. Quase perdeu o poder sobre seu partido, o PSB, para o grupo de Larissa Rosado.
Reelegeu a filha, mas para quem não se lembra, na Assembléia Legislativa, sua família tinha duas vagas: Lavosier Maia e Márcia Maia. Como o primeiro preferiu, ou a idade impossibilitou, não se candidatar, era uma questão de busca de transferência dos votos para o filho. Frustrada, viu o filho preso e sem conseguir mandato, o que possibilitaria foro privilegiado.
Sobre seu governo vários esquemas de corrupção vieram à tona: Foliaduto, Sinal Fechado, Operação Hygia, Operação Pecado Capital, Assepsia (só?). Além de ter sido um governo que não conseguiu apresentar uma única marca, salvo a ponte, que também foi denunciada por superfaturamento, e hoje é motivo de reclamação por impedir determinadas embarcações de acessar o porto de Natal.
Para a eleição de 2010, ademais estas questões administrativas, não conseguiu conduzir politicamente seu grupo político, e o viu se esfacelar. Rogério Marinho rompe já em 2008, querendo alçar vôos solos na capital e debandando com parte significativa do PSB municipal. Já Robinson Faria romperia logo depois, quando se viu preterido por Iberê Ferreira de Souza como candidato ao governo, levando para o palanque oposicionista parte significativa de deputados estaduais e prefeitos.
Somado a tudo isso, ainda teve de enfrentar uma aliança entre Garibaldi Alves e José Agripino, temperado com a motivação de devolverem a surra de saia que ela se regozijara de ter dado, na eleição anterior, de 2006, em Garibaldi Alves. Então, desta vez, diante das circunstâncias, Vilma viu o povo escantear seu nome. Depois de 14 anos consecutivos no executivo, Vilma ficava sem mandato.
Do isolacionismo, Vilma foi alçada a
senadora pela família Alves. A tática do PMDB, comandado por Henrique
Alves, era clara: ganhar a eleição por WO. Tirar da disputa para o
governo a primeira das pesquisas. Muito embora tenha sido rejeitada nas
últimas eleições. Estava sendo ali formatado o “verdadeiro” Acordão. Com
quase todos os partidos, e com os 7 últimos governadores eleitos. Um
palanque “pesado”.
Parafraseando o Mané, “mas combinaram com os eleitores?”
A eleição é o momento de
aprofundamento do debate sobre o estado; sobre o que queremos; qual
caminho queremos; quais nossos potenciais; quais nossas prioridades;
quais os setores a serem fomentados; como serão gastas as receitas; como
ampliaremos as receitas; quem serão nossos parceiros; onde vamos buscar
parceiros; etc.
Uma eleição por WO é uma eleição sem
debate, sem contraditório, sem explicitação e diferenciação dos rumos,
de “quem é quem no jogo do bicho”. Não, não são todos iguais. “Uns mais
iguais que os outros” (lembrando minha adolescência, “Ninguém =
Ninguém”, Engenheiros do Avaí).
Vilma aceitou a ‘migalha’. Será
candidata ao senado, apoiando Henrique Alves para o governo. A
ex-guerreira já havia derrotado Henrique Alves, o herdeiro de Aluizio
Alves, duas vezes, 1988 e 1992, para o executivo municipal. O trauma foi
grande. Henrique Alves, o “playboy do Rio do Janeiro”, ficou conhecido
como ruim de voto. Disputar com Vilma o governo deve ter tirado o sono
do Henriquinho Alves. Entretanto, fazer descer aos bacuraus o nome de
Vilma não tem sido fácil.
Nos últimos dias, estão fritando o
nome da neo-amiga. Tudo começou com Garibaldi dizendo que se fosse
candidato ao governo, sua senadora seria Fátima Bezerra, do PT, para
depois afirmar que Vilma é que teria que se defender e o povo é quem
deveria julgar eleitoralmente os envolvimentos em corrupção durante seu
governo.
Logo em seguida, o presidente do PMDB
na capital e deputado estadual, Hermano Moraes, que já foi seu
subordinado quando ela foi prefeita, também afirmou que Vilma é quem
deveria se defender, eximindo os partidos aliados de qualquer
responsabilidade defender a neo-amiga. Expondo que esta aliança seria
uma mera formalidade. Deixando Vilma à solidão.
Como agravante, as últimas açōes do
primo de Henrique, em que uma delas quase gerou impedimento eleitoral da
vice-prefeita. O prefeito Carlos Eduardo Alves, líder do PDT, inventou
uma viagem à Europa, mas esqueceu de articular minimamente com Vilma
quem assumiria o cargo no seu afastamento. Com esse ato, a ex-prefeita
teria de assumir a prefeitura, e ficaria impossibilitada de ser
candidata. Não assumiu, pois sumiu do mapa, e o que passou à opinião
pública foi uma pecha de irresponsável e sem compromisso com a cidade.
Vilma ficou mal na foto.
Sem falar do correligionário de
partido e prefeito de Parnamirim, Maurício Marques, do terceiro maior
colégio eleitoral, que já declarou voto em Fátima Bezerra. Assim como o
PDT de Mossoró demonstrou publicamente mesma preferência. Logo, o
silêncio público de Carlos Eduardo sobre a disputa para o senado avilta a
imagem de Vilma, e vai abrindo um corredor de suposições sobre o
possível corpo mole que não somente Carlos Eduardo, Garibaldi e Hermano
farão, mas grande parte dos Alves, bacuraus e demais partidos da
aliança.
É isto, tudo leva a crer que Vilma
participará de uma ampla aliança, mas que os atores a deixarão à míngua.
Será que estamos vendo o terceiro ato? O próximo pode ser a
crucificação. Na estória contada, a imagem da ressurreição significa o
ato que afirma a obra, mas tampouco deu vida nova ao crucificado. Vilma
sobreviverá a uma eleição contra Fátima Bezerra com seus novos amigos
fazendo corpo mole? A população aceitará a falácia de que é uma ampla
aliança entre todos os poderosos, entre os últimos 7 ex-governadores
eleitos, para resgatar (sic) o RN? Não seriam eles os responsáveis
maiores por tudo isso?
O presidente do PSB e candidato à Presidência da República, um dos ‘netos’ desta eleição, ainda implora a Vilma sua candidatura ao Governo RN. Caso se subordine à proposta dos Alves, a imagem de guerreira se esvai, e o certo, é que o temor venceu a Vilma de outros tempos, e que ela, agora, tenta mesmo é se agarrar a uma aposentadoria no senado.
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