Fonte: site Carta Potiguar em 22/01/2014 |
Desde
o ano passado que neste espaço habita a pergunta: cadê o índice de
rejeição das pesquisas veiculadas e que versam sobre a corrida eleitoral
no RN em 2014 (O erro de Mineiro que Fátima não pode repetir, http://www.cartapotiguar.com. br/2013/12/29/o-erro-de- mineiro-que-fatima-nao-pode- repetir/)?
A
indagação foi reforçada pelo artigo do chefe do gabinete civil da
prefeitura do Natal, Sávio Hackradt, recentemente publicado na Tribuna
do Norte (E a rejeição, onde se esconde)?
Ora, ninguém procura por uma informação qualquer. Há quase um ano da
eleição, não raro, pouco importa quem está na frente. A história que o
diga. Eleições aparentemente fáceis se mostraram apertadas.
Candidaturas
tidas como competitivas desidrataram na reta final, alias, quando
realmente importa. Mais vale, num momento tão distante da hora do “vamos ver”,
caracterizar o perfil que o eleitor potencialmente almeja (dado
qualitativo) e aquilo que ele irá recusar (dado quantitativo mais
qualificado).
Mas há quem ainda se assuste com sondagens seletivamente
publicizadas. A ex-governadora Wilma de Faria sabe muito bem disso. Por
isso tratou de abarrotar nos últimos meses a imprensa com (seus) números
sinalizadores de um suposto “chamado do povo” – como se existisse,
hoje, uma preocupação estadual com a sucessão eleitoral (falácia). Ela
estica a corda e joga muito bem com o medo peemedebista de uma disputa
majoritária ao governo, principal aspiração do partido dos Alves, para
pleitear a vaga de senadora junto aos bacurais.
E a rejeição, o que esconde? Ou melhor, por que é intocada? Ora,
porque revela que a guerreira está desbotada, que seu teto é limitado e
sua liderança é de vidro. Mais. Destaca que não passa de um sofisma
imaginar que Wilma, se beneficiando da alta rejeição de Rosalba, como o
atual prefeito Carlos Eduardo foi hipertrofiado por Micarla, terá
vitória garantida em 2014 (Wilma não é Carlos Eduardo e 2012 não será
como 2014, http://www.cartapotiguar.com. br/2013/11/12/wilma-nao-e- carlos-eduardo-e-2012-nao- sera-como-2014/).
Mais. A alta rejeição – inflada pelos dados negativos do segundo mandato e o envolvimento em muitos escândalos de corrupção – retirará da vice-prefeita de Natal a possibilidade de representar o nome que vai “resgatar” o RN do cenário de dificuldade em que se encontra. Tanto que, na reta final da eleição municipal de 2012, Carlos Eduardo, então candidato, teve de camuflar Wilma em sua propaganda. A pessebista tornou a chapa bastante pesada.
É crivel não apostar que será diferente, caso aconteça a aliança do
PSB com o PMDB. E, com o contexto pós-manifestações, o ambiente ficará
ainda mais adverso, dado que o “político profissional” é tudo que uma
significativa parcela da população não deseja, tudo que Henrique Alves e
Wilma, juntos, representarão.
Se setores do PMDB perderem o medo – injustificado – de Wilma de
Faria, perceberão que Fátima Bezerra (PT), compondo a chapa e competindo
pelo senado, tornará a coligação mais palatável, mais leve.
BLEFE
O PMDB engrossa o discurso nos estados em relação aos candidatos do
PT em decorrência do pleito recusado na reforma ministerial. Queria o
Ministério da Integração Nacional e administrar suas bilionárias obras
de transposição e combate à seca.
Este sim é um medo justificado. O PMDB teme que o PT, além dos novos
partidos da base contemplados com pastas ministeriais, destruam suas
pretensões em algumas unidades da federação.
O PMDB, pelo tamanho que representa, está, de fato, sub-representado
na coalizão governista. Porém, ao menos por enquanto, apesar do
crescimento da tensão PMDB-PT, parece só mais um blefe. Fátima Bezerra
aproveitou para mostrar que não se intimida. Há possíveis outros
parceiros.
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