domingo, 26 de janeiro de 2014

Política >> Wilma de Faria e o blefe das pesquisas eleitorais

 

Fonte: site Carta Potiguar em 22/01/2014



Desde o ano passado que neste espaço habita a pergunta: cadê o índice de rejeição das pesquisas veiculadas e que versam sobre a corrida eleitoral no RN em 2014 (O erro de Mineiro que Fátima não pode repetir, http://www.cartapotiguar.com.br/2013/12/29/o-erro-de-mineiro-que-fatima-nao-pode-repetir/)?
 
A indagação foi reforçada pelo artigo do chefe do gabinete civil da prefeitura do Natal, Sávio Hackradt, recentemente publicado na Tribuna do Norte (E a rejeição, onde se esconde)?

Ora, ninguém procura por uma informação qualquer. Há quase um ano da eleição, não raro, pouco importa quem está na frente. A história que o diga. Eleições aparentemente fáceis se mostraram apertadas. 

Candidaturas tidas como competitivas desidrataram na reta final, alias, quando realmente importa. Mais vale, num momento tão distante da hora do “vamos ver”, caracterizar o perfil que o eleitor potencialmente almeja (dado qualitativo) e aquilo que ele irá recusar (dado quantitativo mais qualificado).

Mas há quem ainda se assuste com sondagens seletivamente publicizadas. A ex-governadora Wilma de Faria sabe muito bem disso. Por isso tratou de abarrotar nos últimos meses a imprensa com (seus) números sinalizadores de um suposto “chamado do povo” – como se existisse, hoje, uma preocupação estadual com a sucessão eleitoral (falácia). Ela estica a corda e joga muito bem com o medo peemedebista de uma disputa majoritária ao governo, principal aspiração do partido dos Alves, para pleitear a vaga de senadora junto aos bacurais.

E a rejeição, o que esconde? Ou melhor, por que é intocada? Ora, porque revela que a guerreira está desbotada, que seu teto é limitado e sua liderança é de vidro. Mais. Destaca que não passa de um sofisma imaginar que Wilma, se beneficiando da alta rejeição de Rosalba, como o atual prefeito Carlos Eduardo foi hipertrofiado por Micarla, terá vitória garantida em 2014 (Wilma não é Carlos Eduardo e 2012 não será como 2014, http://www.cartapotiguar.com.br/2013/11/12/wilma-nao-e-carlos-eduardo-e-2012-nao-sera-como-2014/).

Mais. A alta rejeição – inflada pelos dados negativos do segundo mandato e o envolvimento em muitos escândalos de corrupção – retirará da vice-prefeita de Natal a possibilidade de representar o nome que vai “resgatar” o RN do cenário de dificuldade em que se encontra. Tanto que, na reta final da eleição municipal de 2012, Carlos Eduardo, então candidato, teve de camuflar Wilma em sua propaganda. A pessebista tornou a chapa bastante pesada.

É crivel não apostar que será diferente, caso aconteça a aliança do PSB com o PMDB. E, com o contexto pós-manifestações, o ambiente ficará ainda mais adverso, dado que o “político profissional” é tudo que uma significativa parcela da população não deseja, tudo que Henrique Alves e Wilma, juntos, representarão.

Se setores do PMDB perderem o medo – injustificado – de Wilma de Faria, perceberão que Fátima Bezerra (PT), compondo a chapa e competindo pelo senado, tornará a coligação mais palatável, mais leve.
BLEFE

O PMDB engrossa o discurso nos estados em relação aos candidatos do PT em decorrência do pleito recusado na reforma ministerial. Queria o Ministério da Integração Nacional e administrar suas bilionárias obras de transposição e combate à seca.

Este sim é um medo justificado. O PMDB teme que o PT, além dos novos partidos da base contemplados com pastas ministeriais, destruam suas pretensões em algumas unidades da federação.

O PMDB, pelo tamanho que representa, está, de fato, sub-representado na coalizão governista. Porém, ao menos por enquanto, apesar do crescimento da tensão PMDB-PT, parece só mais um blefe. Fátima Bezerra aproveitou para mostrar que não se intimida. Há possíveis outros parceiros.

Sem comentários:

Enviar um comentário