Mostraremos porque não conseguirão.
1) Bacurau não vota em Arara: Apesar de qualquer esforço
no sentido de uma aproximação entre Henrique e Wilma o eleitor de
Henrique terá dificuldades de votar em Wilma e vice-versa. Não vamos
esquecer que embora unidos no atacado, as oligarquias criam adversários
figadais no varejo, tanto na macropolítica quanto nos níveis locais.
2) O eleitor de Rosalba não votará em Wilma: apesar da
decisão do DEM de calar o desejo de reeleição da governadora e de migrar
para a base proporcional do acordão, número significativo de eleitores
de Rosalba, evidentemente nem votará em Wilma, nem anulará o voto,
preferindo, certamente, não dar o gosto da eleição ao senado à
ex-governadora. Sinal dos tempos, a decisão do DEM inaugura o importante
momento para a democracia em que esta articulação política herdeira da
ditadura se converte num partido de segunda classe no RN, sem força e
sem brios para disputar o topo.
3) A chapa oligárquica criará um polo oponente muito maior que a esquerda: A
criação de um polo oligárquico criará um fenômeno de oposição
automática de índole democrática. Isto provavelmente não se manifestará
nas eleições proporcionais, onde os círculos pessoais prevalecem, mas
dará a tônica do enfrentamento majoritário onde “eles” aparecerão com
fisionomia própria.
4) Eduardo Campos perderá. De quem é que Wilma será interlocutora? Aos
olhos de um prefeito, ou de um gestor público, um senador deve ser
pessoa bem relacionada com o executivo federal para que o seu trabalho
possa atender às aspirações das comunidades e municípios. Situada na
oposição ao governo Dilma, virtual vitorioso nas eleições de outubro,
que vantagem o prefeito do interior e o líder comunitário enxergarão em
apoiar a ex-goverandora? Melhor ter Fátima senadora que conhece como
isenta e habituada a colaborar para além das questões partidárias, do
que Wilma, oposicionista ao governo federal e protagonista de política
bem conhecida.
5) O fator IF: O governo federal, numa articulação
em tudo capitaneada por Fátima, plantou a maior iniciativa para a
qualificação do ensino no interior do RN. Estas novas comunidades de
ensino, habituadas a um ensino de melhor padrão e a uma muito maior
expectativa de futuro não somente votarão maciçamente em Fátima, como se
esforçarão para irradiar este voto por todo o estado.
7) O agigantamento da militância: A tentativa de
sacrificar Fátima, perpetrada pelo PMDB e pelas oligarquias, agigantará a
militância, pois esta entendeu que o sacrifício que se tenta impor a
Fátima decorre dos riscos reais de virada da política no RN com a sua
vitória ao senado. Ex-professora, com uma carreira vitoriosa, respeitada
nacionalmente e comprometida com as lutas, Fátima está a ponto de
converter-se numa lenda viva. Já é eleitoralmente maior do que o PT do
RN e pode, no senado converter-se num consenso inexpugnável em todo o
RN. A militância sabe que está desafiada a um enfrentamento em que tem
“um mundo a ganhar”. Não fraquejará.
8) O apoio de Lula e Dilma: A presidenta Dilma e o
presidente Lula, maior eleitor do Brasil, têm dois palanques no RN, (o
de Henrique e o de Robson), Não haverá espaços para preferências
explícitas a um ou ao outro e provavelmente Lula e Dilam estarão nos
comícios dos dois lados. Entretanto nada os compromete à candidatura de
Wilma, que tampouco produzirá palanque para Eduardo Campos. Neste plano
o cacife de Wilma é zero e Fátima poderá capitalizar sozinha esses tão
importantes apoios para a sua campanha ao senado.
9) O momento de Fátima e o de Wilma: o eleitor não
é tolo. Entre declínio e ascensão é pouco provável que o eleitor
refletido opte pelo declínio. O senado é uma ferramenta para trazer mais
desenvolvimento ao RN e o político mais apto é o que ainda tem um
futuro a escrever. Esta lógica também beneficia Fátima.
10) Davi e Golias: O imaginário coletivo contem
diversas lendas populares em que aqueles que são supostamente os mais
fracos conseguem, por coragem, desapego, determinação e inteligência
vencer os mais fortes. O povo não perderá a oportunidade de dar vida a
uma lenda que é alimento identitário e que o fortalece no enfrentamento
de adversidades que só eles conhecem. Fátima encarna a lenda da
humanidade trabalhadora que vence a opressão e a injustiça. Lula encarna
esta mesma lenda Que lenda encarna Wilma?
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